quinta-feira, 24 de abril de 2014

O 25 de Abril do José Antunes

Já ouvi e li esta fotografia atribuída a mais de dez pessoas.
Quem morreu não se defende; mas quem a tirou, num ano em que eu ainda andava nos bancos da escola, foi o meu futuro colega do 'Diário Popular', o grande fotógrafo da sua geração: José Antunes.

E sim, vi o negativo, e a sequência toda. Não é no Carmo. É à porta do elegante Paris em Lisboa, no Chiado. Após eventual fuga de agentes da PIDE, vindos da António Maria Cardoso. Havia uns 40 fotógrafos neste sítio. Mas esta fotografia específica, que se transformou num dos logótipos do 25 de Abril, é do JOSÉ ANTUNES.

Através dela aproveito para homenagear aquela geração de repórteres de mão-cheia, que apanhei no apogeu da carreira quando, aos 18 anos, comecei a escrever e a publicar.
Saudades vossas. Saudades de Abril, também.

Saudosista, eu? - Nem por isso. Sempre escrevi sobre a História da cidade. Nada que tivesse visto. Nada que tivesse sido meu.
Mas de vós, sim, tenho saudades. Do tempo em que ser jornalista era partir em busca da notícia. Aprendi tudo convosco. Os que vieram depois não sabem o que perderam.'

MARINA TAVARES DIAS


Esta prova fotográfica específica
foi impressa por José Antunes 
em grande formato e oferecida
à Direcção Geral da Comunicação Social.
Durante anos, o fundador 
da Fototeca do Palácio Foz,
Avelino Soares, 
teve-a em destaque, à entrada
deste precioso arquivo fotográfico 
(extinto quando Carrilho foi ministro da Cultura)

1 comentário:

  1. Acredito que a Marina está absolutamente certa. Fui colega deste excepcional repórter fotográfico. Existe uma outra foto, tirada na Rua do Arsenal, onde as duas forças adversárias, se encontraram, frente a frente. mas que, felizmente, chegaram s um "acordo" e nenhum tiro foi disparado. Esta histórica fotografia, também a atribuo ao grande José Antunes (Diário Popular)

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