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segunda-feira, 9 de setembro de 2024
domingo, 8 de dezembro de 2019
OS CARROS AMERICANOS,
ANTECESSORES DOS ELÉCTRICOS
O AMERICANO DA CARRIS
«Ficou ontem aberta à circulação a primeira secção de linha de carruagens sobre carris de ferro, pelo sistema americano, em Lisboa, compreendida entre a estação de linha férrea do norte e leste e o extremo oeste do Aterro da Boa Vista. Ficou portanto definitivamente estabelecido na cidade mais um meio de viação, seguro, cómodo e barato que há-de ser o início de maior desenvolvimento e aperfeiçoamento dos veículos de transporte na capital […]. Quando se aproximava a hora de partirem do extremo dessa secção da linha as carruagens com os convidados da empresa dos Carris de Ferro de Lisboa, e as pessoas que em outras eram admitidas, o povo cheio de alegria e curiosidade formava alas em todo o trajecto da linha, para saudar amoravelmente o novo progresso que passava.
A cidade que assistiu à inauguração das carreiras de «americanos» não estava particularmente confiante nas virtudes dos transportes públicos. Os exemplos anteriores tinham habituado todos a vicissitudes então consideradas insuperáveis. Desde o horário desregrado dos #ónibus, passando pelo asseio duvidoso dos #charabãs, até às tarifas oportunistas dos #trens de aluguer, havia uma longa genealogia de desconfianças e de queixas.
Mesmo assim, os jornais não pouparam elogios a um transporte considerado revolucionário, que tinha provado as suas virtudes em cidades estrangeiras (também o Porto já possuía «americanos» desde o dia 15 de Maio de #1872). Em breve, os lisboetas reconheceriam as diferenças do novo sistema de transporte, chegando a considerá-lo como o verdadeiro messias do trânsito alfacinha. Bairros houve em que tal progresso foi saudado com flores para enfeitar os carros e fardas de luxo oferecidas aos #cocheiros. O «Diário de Notícias» de 18 de Novembro de 1873 noticia deste modo a inauguração das carreiras:
A estação principal da linha e largo em frente estavam embandeirados e ornamentados de arcos e grinaldas, de verdura e de emblemas nacionais! Uma linha de 32 carruagens […] estava postada sobre os ‘rails’ com os seus cocheiros e condutores singelamente uniformizados e postos sobre as plataformas, e os seus magníficos tiros de cavalos e muares perfeitamente arreados com as testeiras das cabeçadas ornadas de rosetas azuis e brancas [as cores da bandeira nacional do tempo da Monarquia]. Vinte e quatro dessas carruagens eram fechadas e oito abertas, destinadas aos fumistas.»
[Exemplar existente no Museu da Carris]
[Exemplar existente no Museu da Carris]
#MarinaTavaresDias
#Historia da #Carris
segunda-feira, 22 de junho de 2015
OS ALMANJARRAS
MARINA TAVARES DIAS
em
HISTÓRIA DO ELÉCTRICO DA CARRIS
(EDIÇÃO OFICIAL DO CENTENÁRIO):
«Também em 1902, vêm dos Estados Unidos os primeiros carros abertos com 12 bancos transversais. Ao lisboeta, pareceram tão grandes que metiam medo, afigurando-se-lhe mesmo incapazes de desfazer as curvas das ruas da cidade. Adquiriram logo a alcunha condizente de «almanjarras». O jornal Novidades traduziu assim o sentimento que a sua chegada provocou: 'É uma aventesma formidável. Se abalroar com alguma coisa, acaba-se a coisa e acaba-se o mundo. Fica todo num figo.'
Os primeiros 10 «almanjarras» aportaram a Lisboa em Janeiro de 1902. Fabricados em Filadélfia pela J. G. Brill, possuíam motores General Electric, ‘bogies’ de tracção máxima (tipo 22E) e dois ‘trolleys’. Mediam 11,33 metros, pesando 11.380 quilos. No dia 10 de Março vieram mais 30, a bordo do vapor Friede, em 477 contentores. Receberam números entre o 283 e o 322. O primeiro da série está hoje no Museu da Carris. [...] »
(continua no livro)
Na imagem: Prova fotográfica original, a partir do negativo de sua autoria, impressa por Mestre Horácio Novaes na década de 1940.
domingo, 19 de abril de 2015
Destino: Exposição
MARINA TAVARES DIAS
(excerto de crónica, 2010):
«Na sua área de 560 mil metros quadrados, a Exposição do Mundo Português receberá três milhões de visitantes, de 23 de Junho a 2 de Dezembro de 1940. Entre eles estarão alguns estrangeiros privilegiados – como o escritor Antoine de Saint-Exupéry – que podem viajar pela Europa em guerra, assim como quase todos os intelectuais portugueses que se opõem ao regime. Jaime Cortesão é visto às compras nos "stands" de artesanato, sempre seguido por um agente da PIDE.»
Primeiros autocarros lisboetas, utilizados como teste para transporte de passageiros, do Rossio para Belém. Destino: Exposição.»
«Na sua área de 560 mil metros quadrados, a Exposição do Mundo Português receberá três milhões de visitantes, de 23 de Junho a 2 de Dezembro de 1940. Entre eles estarão alguns estrangeiros privilegiados – como o escritor Antoine de Saint-Exupéry – que podem viajar pela Europa em guerra, assim como quase todos os intelectuais portugueses que se opõem ao regime. Jaime Cortesão é visto às compras nos "stands" de artesanato, sempre seguido por um agente da PIDE.»
Primeiros autocarros lisboetas, utilizados como teste para transporte de passageiros, do Rossio para Belém. Destino: Exposição.»
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014
Lá vem o LARMANJAT QUE TEM MUITO QUE CONTAR...
HISTÓRIA DO ELÉCTRICO DA CARRIS
de
MARINA TAVARES DIAS
Edição oficial do centenário, livro de 2001.
A pré-história do carro eléctrico. Ilustração do primeiro capítulo do livro. O Larmanjat, num «galop» dedicado ao Duque de Saldanha. Na inspiradora imagem seleccionada, vemos a capa de uma partitura, com música de M. Marti. Voltaremos em breve à história do Larmanjat, à qual Saldanha também esteve ligado.
de
MARINA TAVARES DIAS
Edição oficial do centenário, livro de 2001.
A pré-história do carro eléctrico. Ilustração do primeiro capítulo do livro. O Larmanjat, num «galop» dedicado ao Duque de Saldanha. Na inspiradora imagem seleccionada, vemos a capa de uma partitura, com música de M. Marti. Voltaremos em breve à história do Larmanjat, à qual Saldanha também esteve ligado.
quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
Os transportes públicos e as saias de balão
Em 1858, reinando já D. Pedro V, o ónibus transformara-se no principal meio de transporte da cidade. As carruagens multiplicavam trajectos pelas ruas e eram facilmente reconhecidas por todos os lisboetas. Embora lhes chamassem bisarmas, não excediam o que hoje consideraríamos um tamanho mediano, transportando cerca de uma dúzia de passageiros em dois bancos corridos virados face a face, ao longo de dez janelas laterais. Entrava-se pelo fundo e o cocheiro ia sentado sobre o tejadilho.
Dizia-se que, quem entrasse, devia encomendar a alma a Deus. As saias de crinolina das mulheres ocupavam três lugares; se estivessem sentadas no final do banco, mais ninguém saía do carro.
IN:
MARINA TAVARES DIAS
em
HISTÓRIA DO ELÉCTRICO DA CARRIS
(EDIÇÃO OFICIAL DO CENTENÁRIO)
O pobre candidato a passageiro do primeiro
transporte público urbano da capital.
Lisboa, 1858.
Por entre a floresta de saias de balão, rendas e atavios,
só consegue entrar... voando.
ATENÇÃO, por favor:
ARQUIVO MARINA TAVARES DIAS em organização.
Trabalho voluntário de uma equipa de 3 pessoas. A Câmara Municipal de Lisboa nunca apoiou o trabalho da olisipógrafa Marina Tavares Dias com um cêntimo ou com um elogio. Estamos a tentar organizar o arquivo para complementar o serviço público que, há mais de 25 anos, Marina Tavares Dias realiza, através da sua investigação e da publicação de dezenas de livros célebres.
Por favor clique nos anúncios desta página.
O seu simples gesto pode contribuir para a compra de mais uma resma de papel.
domingo, 24 de novembro de 2013
O «CHORA»
«A pequena firma de Eduardo Jorge possui lugar aparte na história do trânsito alfacinha. Foi ela a única que, batalhando em tribunal e nas ruas, conseguiu manter décadas a fio, sobre os carris, os seus carritos desengonçados. Mesmo depois de ter aparecido o poderoso e rápido eléctrico. As quezílias com a Carris eram tão frequentes que os jornais começaram a achá-las assunto corriqueiro.
E o povo de Lisboa, sempre desconfiado do poder instituído, corria em massa para o «chora», apoiando a teimosia do proprietário. Eduardo Jorge viu-se aflito com a chegada dos eléctricos, que dificilmente travavam a tempo de não abalroar as suas carruagens, mas rapidamente calculou a solução: passou a espetar-lhes uma espécie de lança, evitando assim a colisão.
Continuou alegremente sobre os trilhos da Carris. Neles se manteve até à Grande Guerra (mais exactamente até 1917), quando a aquisição das mulas por parte do Exército lhe prejudicou irreversivelmente o negócio.»
MARINA TAVARES DIAS
E o povo de Lisboa, sempre desconfiado do poder instituído, corria em massa para o «chora», apoiando a teimosia do proprietário. Eduardo Jorge viu-se aflito com a chegada dos eléctricos, que dificilmente travavam a tempo de não abalroar as suas carruagens, mas rapidamente calculou a solução: passou a espetar-lhes uma espécie de lança, evitando assim a colisão.
Continuou alegremente sobre os trilhos da Carris. Neles se manteve até à Grande Guerra (mais exactamente até 1917), quando a aquisição das mulas por parte do Exército lhe prejudicou irreversivelmente o negócio.»
MARINA TAVARES DIAS
em HISTÓRIA DO ELÉCTRICO DE LISBOA
terça-feira, 17 de setembro de 2013
O CARRO DO SALAZAR
O «famigerado Carro do Salazar», que «furava» todas as greves da Carris, em 1912, no apogeu revindicativo dos guarda-freios. Era detestado pelos lisboetas, pois tratando-se de charabã, não possuía comodidade alguma.
No filme O Pátio das Cantigas (1942), Francisco Ribeiro (Ribeirinho) termina uma sequência de pancadaria na noite de Santo António com Vasco Santana a abrigar as crianças do pátio neste carro, entretanto esquecido numa cocheira velha, para sucata. Historiadores do Estado Novo têm sempre visto, nessa cena, um elogia ao regime. No entanto, e como o próprio António Lopes Ribeiro disse em entrevista a MARINA TAVARES DIAS, tratava-se de um trocadilho para enganar a censura. Onde os ignorantes viam apenas o letreiro com a palavra «Salazar», os outros veriam o charabã e lembrar-se-iam dele...
Em: HISTÓRIA DO ELÉCTRICO DA CARRIS,
edição oficial do centenário, escrita por
MARINA TAVARES DIAS
No filme O Pátio das Cantigas (1942), Francisco Ribeiro (Ribeirinho) termina uma sequência de pancadaria na noite de Santo António com Vasco Santana a abrigar as crianças do pátio neste carro, entretanto esquecido numa cocheira velha, para sucata. Historiadores do Estado Novo têm sempre visto, nessa cena, um elogia ao regime. No entanto, e como o próprio António Lopes Ribeiro disse em entrevista a MARINA TAVARES DIAS, tratava-se de um trocadilho para enganar a censura. Onde os ignorantes viam apenas o letreiro com a palavra «Salazar», os outros veriam o charabã e lembrar-se-iam dele...
Em: HISTÓRIA DO ELÉCTRICO DA CARRIS,
edição oficial do centenário, escrita por
MARINA TAVARES DIAS
domingo, 6 de dezembro de 2009
LANÇAMENTO DA NOVA 'LISBOA DESAPARECIDA'

NO DIA 9 DE DEZEMBRO DE 2009, PELAS 19 HORAS,
NA LIVRARIA BOOKHOUSE DO EDIFÍCIO MUNUMENTAL (Saldanha)
decorre a sessão de autógrafos que marca
o início da actividade da
Lisboa Desaparecida Editores.
E o primeiro livro chama-se:
As Melhores Fotografias
da Lisboa Desaparecida
de Marina Tavares Dias
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Rua Augusta, final do século XIX

final do século XIX.
Cartão fotográfico
com vista estereoscópica
(Goulart).
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