O Rossio anterior a 1755, vendo-se à direita o Hospital-de-Todos-os-Santos e à esquerda alta as chamadas Portas de Santo Antão, saída da cidade pela corredoura principal.
Referências ancestrais às Portas de Santo Antão são raras e pouco precisas. O único mapa importante da cidade no século XVII deixa-as de fora, por serem quase suburbanas. No entanto, figuram na célebre estampa de Bráunio (ver “Lisboa Desaparecida”, volumes I e V) e em algumas citações de cronistas antigos. Entre eles [...] Fernão Lopes [...]. Às suas descrições vão beber quase todas as obras sobre a cidade escritas e/ou editadas nos séculos XVI, XVII e XVIII.
Como complemento destas narrativas, quase sempre omissas, conta o investigador contemporâneo apenas com a escassa iconografia anterior ao terramoto. Mesmo nas várias edições da gravura de Bráunio aparecem muitas vezes trocados ou deslocados os postigos e portas da cerca, o que não constituirá surpresa após observação atenta da perspectiva escolhida (um ponto imaginário algures acima das águas do Tejo), fantasista para dizer o mínimo, e provavelmente elaborada a partir de uma carta topográfica da cidade.