sábado, 25 de abril de 2015

A COSTA DE CAPARICA

LISBOA DESAPARECIDA
de 
MARINA TAVARES DIAS

(EXCERTO do capítulo «A Outra Banda»)

« [...] Ao longo de todo o século XIX, a Costa de Caparica é quase exclusivamente um extenso areal, pontilhado por casinhotos de madeira onde se abrigam as famílias dos pescadores. Vai-se à Costa provar a caldeirada ou, mais esporadicamente, visitar o vizinho Convento dos Capuchos, de cujas alturas se avista, plana e interminável, a linha sinuosa da orla atlântica.
Essas primeiras cabanas montadas nos areais deverão datar do último quartel de seiscentos, quando algumas famílias algarvias ou ílhavas ali se fixam provisoriamente, nos meses de Verão, para se dedicarem à pesca.

Documentos reunidos por um mestre das artes de pesca (Francisco José da Silva) apontam o ano de 1770 como data das primeiras residências fixas, em barracas certamente maiores, de vários “mestres” com as suas companhas. José Gonçalves Bexiga (algarvio), Joaquim Pedro (de Ílhavo), Romualdo dos Santos (algarvio) e José Rapaz (de Ílhavo): foram eles os primeiros residentes da Costa de Caparica. A primeira construção relativamente elaborada terá sido a igreja local, praticamente no mesmo sítio onde a vemos hoje, inicialmente revestida apenas de colmo e de junco.»


(continua)



aguarela de Roque Gameiro. 
Postal ilustrado. 
Arquivo Marina Tavares Dias

domingo, 19 de abril de 2015

Destino: Exposição

MARINA TAVARES DIAS 
(excerto de crónica, 2010):

«Na sua área de 560 mil metros quadrados, a Exposição do Mundo Português receberá três milhões de visitantes, de 23 de Junho a 2 de Dezembro de 1940. Entre eles estarão alguns estrangeiros privilegiados – como o escritor Antoine de Saint-Exupéry – que podem viajar pela Europa em guerra, assim como quase todos os intelectuais portugueses que se opõem ao regime. Jaime Cortesão é visto às compras nos "stands" de artesanato, sempre seguido por um agente da PIDE.»

Primeiros autocarros lisboetas, utilizados como teste para transporte de passageiros, do Rossio para Belém. Destino: Exposição.»



quarta-feira, 15 de abril de 2015

O CHIADO DE MESTRE HORÁCIO NOVAES




As fotografias do Chiado de Mestre Horácio Novaes aparecem cheias de gente porque são tiradas para a reportagem da visita às quatro (havia uma quinta na Rua Nova do Almada) igrejas do Chiado, na Páscoa.

As identificações e datas (esta é de 1943) apontadas por MARINA TAVARES DIAS nos dossiers dos estúdios de Horácio Novaes desapareceram após a morte do seu assistente, António Lanceiro, com a venda ou cedência dos negativos a uma instituição que preservou apenas os negativos.


Apenas mais duas 
de tantas possíveis insistências:



Esta série fotográfica não representa um cortejo das celebrações dos centenários no âmbito da Exposição do Mundo Português de 1940. Trata-se da encenação de Leitão de Barros conhecida por Cortejo Histórico, celebrando a reconquista de Lisboa. A data é 1947.






As imagens com os principais grandes cinemas da Lisboa da
década de 1950 não se destinavam a reportagem
sobre os mesmos. Foi uma encomenda da firma Phillips,
que fornecia a iluminação de interiores e de fachadas


quinta-feira, 9 de abril de 2015

QUIOSQUE PORTÁTIL





Os quiosques dos bairros populares, cujas ruas eram estreitas e muitas vezes íngremes, adaptaram-se ao meio através do modo e materiais de fabrico. Quase sempre confeccionados em madeira, eram portáteis e mudavam de local seguindo romarias e outros aglomerados humanos. Aqui fica a revelação. O desenvolvimento ficará no livro. Lisboa Desaparecida, de Marina Tavares Dias, volume X (ainda inédito).