terça-feira, 17 de setembro de 2013

O CARRO DO SALAZAR

O «famigerado Carro do Salazar», que «furava» todas as greves da Carris, em 1912, no apogeu revindicativo dos guarda-freios. Era detestado pelos lisboetas, pois tratando-se de charabã, não possuía comodidade alguma. 

No filme O Pátio das Cantigas (1942), Francisco Ribeiro (Ribeirinho) termina uma sequência de pancadaria na noite de Santo António com Vasco Santana a abrigar as crianças do pátio neste carro, entretanto esquecido numa cocheira velha, para sucata. Historiadores do Estado Novo têm sempre visto, nessa cena, um elogia ao regime. No entanto, e como o próprio António Lopes Ribeiro disse em entrevista a MARINA TAVARES DIAS, tratava-se de um trocadilho para enganar a censura. Onde os ignorantes viam apenas o letreiro com a palavra «Salazar», os outros veriam o charabã e lembrar-se-iam dele...

Em: HISTÓRIA DO ELÉCTRICO DA CARRIS
edição oficial do centenário, escrita por 
MARINA TAVARES DIAS

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