CAFÉS DA ZONA DO ROSSIO
«[...] A zona poente do Rossio é a parte nobre da praça. O Largo D. João da Câmara, com os seus cafés célebres – o Martinho e o Suisso, – funciona como prolongamento desse passeio onde, em poucos metros, há muitos pontos de paragem obrigatória. Pouco antes da esquina, o Café Gelo continua a reunir os revolucionários do tempo da Monarquia. Quase ao lado, a Brasileira do Rossio, inaugurada em 1911, faz já tanto negócio como a do Chiado. Em 1916, o Chave d’Ouro juntar-se-á à lista, sendo herdeiro do Martinho como maior café da cidade. Por todos eles terá Pessoa escrito e divagado. Em 1916, escreve, numa carta endereçada à Tia Anica (Ana Luiza Pinheiro Nogueira): «Cheguei, num momento feliz da visão etérica, a ver na Brasileira do Rossio, de manhã, as costelas de um indivíduo através do fato e da pele.» O Café Nicola será o último sobrevivente dos cafés do Rossio do tempo de Fernando Pessoa. O único que permanecerá aberto até ao final do século XX e até ao final do milénio. »
MARINA TAVARES DIAS
Excerto de LISBOA NOS PASSOS DE PESSOA
Fotografia:
Travessa do Café Martinho
ARQUIVO MARINA TAVARES DIAS
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