por
MARINA TAVARES DIAS
(continuação)
«[.../...]
A moda dos mergulhos de mar era recente, especialmente sem o apoio das antigas «barcas de banhos», que levavam grupos até fora de pé sem que fosse necessário «fazer a praia». Divulgada pela corte no tempo do Rei D. Luís, foi sobretudo o filho deste, D. Carlos, quem tornou o hábito uma rotina entre as famílias que, no Inverno, ditavam a moda em bailes, festas ou récitas de S. Carlos.
Os lisboetas habituaram-se a rumar a Cascais, pela linha férrea, preferindo finalmente o oceano às areias do Tejo, mais próximas de Lisboa. Poucos, no entanto, nadavam tão bem como o Rei ou eram tão afoitos como ele. Quase toda a gente se limitava a chapinhar na orla da praia, entre cadeirões de verga e pescadores na faina.
Apenas os mais novos envergavam fato de banho. Em 1900, os maillots masculinos eram uma só peça, de meia manga e tecido riscado. Os femininos compunham-se com vestido curto de castorina, calção com o mesmo debruado, cabelo apanhado em touca [...] e alpercatas para esconder os dedos dos pés. Estavam os jovens prontos para o mar de Outubro – que era o mês da praia. A maioria das senhoras de sociedade limitava-se a observar os banhistas, continuando sob as sombrinhas e sem despir o vestido branco, de chiffon e linho» (continua)
O Rei D. Carlos na sua praia preferida,
em Cascais (Praia dos Pescadores).
Fotografias sequenciais
de António Novaes, 1907
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