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domingo, 6 de março de 2016

A Moda do século XIX

Marina Tavares Dias
em

A Moda em Lisboa




«Símbolo por excelência do Romantismo, a saia de merinaque, com os seus arcos de barbas de baleia e a sua estrutura de gaiola, ficará para sempre ligada à época de ouro do Passeio Público. Madame Seissal foi a primeira lisboeta a ostentar crinolina, sendo vaiada e coberta de ridículo em pleno Passeio, recolhendo precipitadamente a casa. 






Mas por volta de 1860 já se usava crinolina mesmo nos veraneios pela praia ou nos piqueniques campestres, e até as figurantes do Teatro de S. Carlos exibiam sempre saias de balão, mesmo quando o libreto da ópera contava uma história passada na Antiguidade clássica.






Dançava-se de crinolina nos salões, sempre com mil cuidados para que a proximidade do par não permitisse o desequilíbrio da estrutura: um leve encosto pela frente levantava a saia atrás, desvendando tudo o que estivesse ou não por baixo. 






[...] Quem saísse à tarde para o Passeio Público encontrava um verdadeiro mar de merinaques cobertos de todas as cores, tecidos e enfeites possíveis. A silhueta da mulher voltara às composições aparatosas e à prisão das formas caricaturais. Mesmo assim, os puritanos reclamavam contra o uso de crinolinas: segundo eles, estas podiam muito bem refugiar, sob a abóbada das barbas de baleia, um amante oculto.»

(continua no livro)

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

... E se a saia escondesse um homem de cócoras?


Excerto do capítulo sobre 
A MODA EM LISBOA
por 
MARINA TAVARES DIAS
em
LISBOA DESAPARECIDA


«[..../....] Símbolo por excelência do Romantismo, a saia de merinaque, com os seus arcos de barbas de baleia e a sua estrutura de gaiola, ficará para sempre ligada à época de ouro do Passeio Público. 

Madame Seissal foi a primeira lisboeta a ostentar crinolina, sendo vaiada e coberta de ridículo em pleno Passeio, recolhendo precipitadamente a casa. Mas por volta de 1860 já se usava crinolina mesmo nos veraneios pela praia ou nos piqueniques campestres, e até as figurantes do Teatro de S. Carlos exibiam sempre saias de balão, mesmo quando o libreto da ópera contava uma história passada na Antiguidade clássica. 




Dançava-se de crinolina nos salões, sempre com mil cuidados para que a proximidade do par não permitisse o desequilíbrio da estrutura: um leve encosto pela frente levantava a saia atrás, desvendando tudo o que estivesse ou não por baixo. [... ] 



Quem saísse à tarde para o Passeio Público encontrava um verdadeiro mar de merinaques cobertos de todas as cores, tecidos e enfeites possíveis. A silhueta da mulher voltara às composições aparatosas e à prisão das formas caricaturais. Mesmo assim, os puritanos reclamavam contra o uso de crinolinas: segundo eles, estas podiam muito bem refugiar, sob a abóbada das barbas de baleia, um amante oculto, de cócoras.»



quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Os transportes públicos e as saias de balão



Em 1858, reinando já D. Pedro V, o ónibus transformara-se no principal meio de transporte da cidade. As carruagens multiplicavam trajectos pelas ruas e eram facilmente reconhecidas por todos os lisboetas. Embora lhes chamassem bisarmas, não excediam o que hoje consideraríamos um tamanho mediano, transportando cerca de uma dúzia de passageiros em dois bancos corridos virados face a face, ao longo de dez janelas laterais. Entrava-se pelo fundo e o cocheiro ia sentado sobre o tejadilho.

Dizia-se que, quem entrasse, devia encomendar a alma a Deus. As saias de crinolina das mulheres ocupavam três lugares; se estivessem sentadas no final do banco, mais ninguém saía do carro.


IN:
MARINA TAVARES DIAS
em
HISTÓRIA DO ELÉCTRICO DA CARRIS 
(EDIÇÃO OFICIAL DO CENTENÁRIO)

O pobre candidato a passageiro do primeiro 
transporte público urbano da capital. 
Lisboa, 1858. 
Por entre a floresta de saias de balão, rendas e atavios, 
só consegue entrar... voando.

ATENÇÃO, por favor:
ARQUIVO MARINA TAVARES DIAS em organização.

Trabalho voluntário de uma equipa de 3 pessoas. A Câmara Municipal de Lisboa nunca apoiou o trabalho da olisipógrafa Marina Tavares Dias com um cêntimo ou com um elogio. Estamos a tentar organizar o arquivo para complementar o serviço público que, há mais de 25 anos, Marina Tavares Dias realiza, através da sua investigação e da publicação de dezenas de livros célebres.


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