Em 1858, reinando já D. Pedro V, o ónibus transformara-se no principal meio de transporte da cidade. As carruagens multiplicavam trajectos pelas ruas e eram facilmente reconhecidas por todos os lisboetas. Embora lhes chamassem bisarmas, não excediam o que hoje consideraríamos um tamanho mediano, transportando cerca de uma dúzia de passageiros em dois bancos corridos virados face a face, ao longo de dez janelas laterais. Entrava-se pelo fundo e o cocheiro ia sentado sobre o tejadilho.
Dizia-se que, quem entrasse, devia encomendar a alma a Deus. As saias de crinolina das mulheres ocupavam três lugares; se estivessem sentadas no final do banco, mais ninguém saía do carro.
IN:
MARINA TAVARES DIAS
em
HISTÓRIA DO ELÉCTRICO DA CARRIS
(EDIÇÃO OFICIAL DO CENTENÁRIO)
O pobre candidato a passageiro do primeiro
transporte público urbano da capital.
Lisboa, 1858.
Por entre a floresta de saias de balão, rendas e atavios,
só consegue entrar... voando.
ATENÇÃO, por favor:
ARQUIVO MARINA TAVARES DIAS em organização.
Trabalho voluntário de uma equipa de 3 pessoas. A Câmara Municipal de Lisboa nunca apoiou o trabalho da olisipógrafa Marina Tavares Dias com um cêntimo ou com um elogio. Estamos a tentar organizar o arquivo para complementar o serviço público que, há mais de 25 anos, Marina Tavares Dias realiza, através da sua investigação e da publicação de dezenas de livros célebres.
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