Mostrar mensagens com a etiqueta moda. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta moda. Mostrar todas as mensagens

sábado, 20 de fevereiro de 2016

A MODA EM LISBOA

Marina Tavares Dias
em 
«A Moda em Lisboa»,

no volume VII:

«A simplicidade do trajo oitocentista só duraria até ao advento da crinolina. De 1820 a 1825 a silhueta começa a cintar-se mais, as saias alargam em baixo e o decote sobe em oval. As mangas continuam com o seu balãozinho no topo, agora cada vez mais colantes e longas, acabando em bico sobre a luva ou sobre a mão. Antes de 1840 essas mesmas mangas estão já enormes, os seus balões tufados foram descendo para acompanhar o movimento dos cotovelos, a cintura afilou-se de novo e os múltiplos saiotes começam a usar tecidos encorpados, prenúncio do que está para vir. »

(continua no livro)






sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

... E se a saia escondesse um homem de cócoras?


Excerto do capítulo sobre 
A MODA EM LISBOA
por 
MARINA TAVARES DIAS
em
LISBOA DESAPARECIDA


«[..../....] Símbolo por excelência do Romantismo, a saia de merinaque, com os seus arcos de barbas de baleia e a sua estrutura de gaiola, ficará para sempre ligada à época de ouro do Passeio Público. 

Madame Seissal foi a primeira lisboeta a ostentar crinolina, sendo vaiada e coberta de ridículo em pleno Passeio, recolhendo precipitadamente a casa. Mas por volta de 1860 já se usava crinolina mesmo nos veraneios pela praia ou nos piqueniques campestres, e até as figurantes do Teatro de S. Carlos exibiam sempre saias de balão, mesmo quando o libreto da ópera contava uma história passada na Antiguidade clássica. 




Dançava-se de crinolina nos salões, sempre com mil cuidados para que a proximidade do par não permitisse o desequilíbrio da estrutura: um leve encosto pela frente levantava a saia atrás, desvendando tudo o que estivesse ou não por baixo. [... ] 



Quem saísse à tarde para o Passeio Público encontrava um verdadeiro mar de merinaques cobertos de todas as cores, tecidos e enfeites possíveis. A silhueta da mulher voltara às composições aparatosas e à prisão das formas caricaturais. Mesmo assim, os puritanos reclamavam contra o uso de crinolinas: segundo eles, estas podiam muito bem refugiar, sob a abóbada das barbas de baleia, um amante oculto, de cócoras.»



quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

O traje típico de Lisboa é «o capote e lenço». Sabia?

[...] Por exemplo, já no início de século XIX, a elegância lisboeta envergava capote em todas as estações, a todas as horas do dia. Havia-os com mangas, cabeção ou gola de veludo. Mas, regra geral, eram mais simples, direitos, com forro de lã e reforço mais curto, protegendo os braços. 

(...)Numa evolução rápida a partir do "josezinho" - casaco curto do final do século XVIII -, passaram de vermelhos a pretos, confirmando a tendência ancestral das lisboetas para trajar de negro. Quando o "josezinho" encarnado ficou sendo pertença exclusiva das saloias de Loures, Queluz ou Mafra, e os lenços de cambraia e musselina foram por estas substituídos pelos barretes, as alfacinhas começaram a talhar o capote em linhas direitas e austeras. 

O lenço inicial manteve-se, mas, de tão ensopada em goma, a tarlatana branca já nem tocava o pescoço. (...) 

[CONTINUA NO LIVRO a explicação da razão pela qual os lisboetas ignoram que este é o traje típico da sua cidade]

MARINA TAVARES DIAS
em
LISBOA DESAPARECIDA,
volume III
capítulo «A Mulher de capote e Lenço»


postal ilustrado editado por Faustino Gomes. 
Fototipia a partir de cliché antigo 
de um dos maiores fotógrafos lisboetas 
do século XIX: Francesco Rocchini