Texto de Marina Tavares Dias
sobre o nascimento do cinema sonoro português.
Pequeno excerto:
«[...] O cinema sonoro português só surgirá em 1931, e apenas «pela metade». Em rápido desvio da linha vanguardista até então assumida, Leitão de Barros retorna às fitas inspiradas nos clássicos literários.
A peça A Severa, de Júlio Dantas, já fora veículo para consagração das actrizes dos primeiros anos do teatro popular do século XX (Palmira Bastos ou Palmira Torres). Pretendia fazer «drama musical» da biografia romanceada de Maria Severa Onofriana.
Na peça que inspira o filme, lá reaparece a Severa transformada em logótipo, de saia encarnada e chinela de polimento, olhares lânguidos e românticos, em tudo contrários à meretriz que habitou a Mouraria oitocentista. Para cúmulo, chegara Dantas a trocar o nome do amante da fadista, por receio de ofender os herdeiros. [...]»
«[...] O cinema sonoro português só surgirá em 1931, e apenas «pela metade». Em rápido desvio da linha vanguardista até então assumida, Leitão de Barros retorna às fitas inspiradas nos clássicos literários.
A peça A Severa, de Júlio Dantas, já fora veículo para consagração das actrizes dos primeiros anos do teatro popular do século XX (Palmira Bastos ou Palmira Torres). Pretendia fazer «drama musical» da biografia romanceada de Maria Severa Onofriana.
Na peça que inspira o filme, lá reaparece a Severa transformada em logótipo, de saia encarnada e chinela de polimento, olhares lânguidos e românticos, em tudo contrários à meretriz que habitou a Mouraria oitocentista. Para cúmulo, chegara Dantas a trocar o nome do amante da fadista, por receio de ofender os herdeiros. [...]»
MARINA TAVARES DIAS
em Lisboa Desaparecida, volume III
Sem comentários:
Enviar um comentário