sábado, 6 de setembro de 2014

A FADISTA MARIA VICTORIA

Marina Tavares Dias 
em
Lisboa Desaparecida

volume IV,
capítulo sobre O Fado:

«Na cronologia mitológica do fado, um nome ficou escrito entre o da Severa e o de Amália: Maria Victoria. Morta aos 24 anos, antes do previsto apogeu da curta carreira teatral, Maria Victoria teve uma única homenagem póstuma: o teatro mais antigo do Parque Mayer, inaugurado em 1922, a que foi dado o seu nome.
Em 1913, a dois anos de morrer, já se resumia em balanço no "Fado da Estúrdia", da celebérrima revista "O 31". E cantava: "Tenho o sangue da Severa (...) / O fogo da Júlia Mendes / A telha de Ângela Pinto". Apesar de todo este anunciado esplendor, o curto trajecto de Maria Victoria não lhe permitiu colher louros do seu talento. Em vão procuramos, hoje, os escassos dados biográficos divulgados na época. Sobre ela caiu, a partir de 1915, o pano do silêncio.»
[...]
«O "Diário de Notícias" anunciou a morte, ocorrida a 30 de Abril desse ano,nas parcas 25 linhas concedidas aos "jovens talentos", omitindo a data de nascimento (1891) e a origem da doença que a vitimou. Mais generoso que os outros jornais, paginava, contudo, um pequeno retrato, acompanhando o vago epitáfio: "Dispondo de uma pequena voz, Maria Victoria conseguiu uma certa celebridade pela graça e leveza que imprimia aos pequenos papéis que lhe distribuíam".»

[continua no livro]





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