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domingo, 15 de maio de 2022

A FEIRA POPULAR DE PALHAVÃ

 





A Feira Popular de Palhavã, inaugurada em 1943 como apoio à Colónia Balnear Infantil de “O Século”.
Quando a Feira Popular se instalou nos terrenos do antigo Parque José Maria Eugénio de Almeida, Lisboa era uma cidade que mantinha hábitos antigos, semiprovincianos. Assim, aquele que foi apresentado em jornais e revistas como “o primeiro luna-parque português permanente” juntava às modernas atracções e aos divertimentos mais sofisticados todas as heranças da tradicional feira de rua: barracas de comes e bebes, bazares de tostão, tiro ao alvo e pim-pam-pum.

Em Lisboa nos Anos 40 - Longe da Guerra, de Marina Tavares Dias.

sábado, 27 de setembro de 2014

A Feira Popular de Palhavã

«A Feira Popular de Palhavã, inaugurada em 1943 como apoio à Colónia Balnear Infantil de “O Século”.
Quando a Feira Popular se instalou nos terrenos do antigo Parque José Maria Eugénio de Almeida, Lisboa era uma cidade que mantinha hábitos antigos, semiprovincianos. Assim, aquele que foi apresentado em jornais e revistas como “o primeiro luna-parque português permanente” juntava às modernas atracções e aos divertimentos mais sofisticados todas as heranças da tradicional feira de rua: barracas de comes e bebes, bazares de tostão, tiro ao alvo e pim-pam-pum. [...]»





Continua em:
Lisboa nos Anos 40 – Longe da Guerra
de
Marina Tavares Dias

terça-feira, 22 de julho de 2014

Estrada de Palhavã

MARINA TAVARES DIAS EM PHOTOGRAPHIAS DE LISBOA




Estrada de Palhavã que, 
após sair deste bairro se chamaria Estrada de Benfica
 e, após as Portas de Benfica,
 se chamaria Estrada de Sintra. 
(postal do 
Arquivo Marina Tavares Dias)


Estrada de Palhavã (actual Rua Nicolau Bettencourt). Bilhete postal ilustrado de Paulo Guedes, c. 1904. Circulado em 1906. Neste tempo, antes de se mudar para a Quinta das Laranjeiras, estava aqui o Jardim Zoológico de Lisboa. Hoje, os mesmos terrenos albergam a Fundação Calouste Gulbenkian, depois de terem sido a primeira Feira Popular de Lisboa.


 Feira Popular em 1943, 
no mesmo local onde estaria até 1956. 
Entrada pelo lado da Avenida Duque de Ávila, 
antiga circunvalação de Lisboa
(fotgrafia ACML)

domingo, 6 de julho de 2014

A MINHA FEIRA POPULAR

POR
MARINA TAVARES DIAS

no volume 9 da
LISBOA DESAPARECIDA
(2007):

«Muito pouco do que serviu a produção do primeiro volume da Lisboa Desaparecida, em 1987, subsiste hoje em dia. Foram-se as laudas para mandar compor o texto, as 'saídas' em papel para emendar as primeiras 'gralhas', as fotocópias ampliadas das fotografias que entravam, o cesto de papéis para onde cortava os bocados de prosa excedentários, as enormes maquetes em que, folha a folha, linha a linha, eu e a paginadora emendávamos, coligíamos, apurávamos, marcávamos espaços de fotografias e de legendas. Foram-se os filetes da tipografia, a raspagem dos fotolitos, as emendas à mão nos originais mais estragados e os remendos nas chapas riscadas. Até a máquina de escrever Hermes Baby, com o seu teclado HCEZAR orgulhosamente nacionalista, deve ter ficado em alguma das muitas moradas que entretanto percorri. 

Agora, os textos seguem por mail e as fotografias são digitalizadas. Pagina-se no computador com o último programa disponível. O resultado final sai em cd: ficheiros com uma terminação qualquer. A produção dos livros perdeu definitivamente a graça. Parece que não se põe as mãos em nada. Nada, excepto esta mesa onde, como em 1987, continuo a estender as fotografias para cada texto. Esta mesa desmontável, de tampo em fórmica amarela, com pés de alumínio que se dobram para dentro e um design de 1970 subitamente no pino da moda. Sempre que estou a acabar os textos para um livro, monto-a ao lado da secretária e recomeço a espalhar-lhe as fotos em cima. É a 'mesa da paginação' de todos os volumes da Lisboa Desaparecida. Passo a apresentá-la aos leitores: esta é a mesa que vos liga, sem que o soubessem até agora, à minha Feira Popular.

Tal como todos os miúdos lisboetas, também tive uma versão exclusiva do imenso universo da Feira Popular. A minha versão incluía o carrossel de dois andares e excluía os carrinhos de choque, incluía o comboio fantasma e excluía o poço da morte, incluía as farturas e excluía a sardinha, incluía ir ao Café de Pretos e excluía passar pelas loiças, incluía os furos e excluía as rifas das panelas. Mas houve uma excepção, por volta de 1970. A voz irritante do megafone anunciava qualquer coisa no «stand» das panelas que tinha a ver com 'brinquedos da moda'. Lá terei arrastado os meus pais, lá teremos comprado duas ou três rifas, lá teremos dado as voltinhas necessárias para fazer tempo e saber se eram ou não premiadas. Nessa longa noite, voltámos para casa de metro com esta mesa toda janota, não tão pequena como isso, de pernas desdobráveis e um amarelo então no rigor do bom gosto vigente. Perante tal prémio pela módica quantia de cinco escudos, a minha tia resolveu logo ir à Feira na noite seguinte, 'para ver se a sorte grande também me sai a mim'. Ainda estou para saber como conseguiu que lhe saísse uma mesa igual, em azul.

Ao longo do resto da infância, a mesa amarela cruzou-se comigo lá por casa: ora ajudava as criadas a descascar batatas na cozinha, ora exibia as conchas trazidas da Caparica no Verão, ora era suporte do presépio de Dezembro, ora espreitava lá do canto do quarto, pelo canto do tampo intensamente amarelo. Cresci com ela, 'a mesa das rifas é tão pirosa', e fui ganhando posse do seu pequeno território à medida que os adultos resvalavam para outras modas: o laranja dos anos 70, os dourados dos anos 80. Parti com ela pelas casas fora, numa cidade cada vez mais vazia e triste, até o poiso de onde vos escrevo. Eu, autora de um título que celebra 20 anos – passa a ser pleonástico dizer-vos que estou velha – e ela, mais desbotada mas ainda amarela, com ferrugem nas dobradiças, bamba de um dos lados e muito útil ainda. Aqui, as duas a partilhar a caneca do chá, com as fotografias perigosamente próximas. Se não confiasse nestas dobradiças tão usadas, neste monta-desmonta sempre categórico, sempre a meu mando, confiaria ainda as minhas Lisboas Desaparecidas à mesa das rifas da Feira Popular?


Este volume nono parte, pois, de uma Lisboa Desaparecida pessoal. Parte desta tampa amarela projectada no tempo e no espaço como um objecto cujas origens são incertas e cujo passado se perdeu de vista. Esta é a primeira Lisboa Desaparecida que escrevo após o encerramento da Feira Popular. Por isso, começo agora a partir da banca de trabalho. Não preciso de ir mais longe para lançar o tema sobre o qual escrevo. Uma feira enorme, uns olhos de criança a perderem-na de vista, a mesa de tampo amarelo e o monte de fotografias. Cá vamos no carrossel do tempo. [.../...] »

(CONTINUA NO LIVRO)



terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

A alegria da Feira Popular


Vista aérea da Feira Popular de Lisboa (Avenida da República), na década de 1960 e já como a recordam quase todos os alfacinhas. O encerramento do recinto, há alguns anos e ainda envolto em polémica, privou a cidade de um dos seus mais típicos pontos de encontro.
MARINA TAVARES DIAS
in LISBOA DESAPARECIDA
ilustração do capítulo II do volume 9

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

A SUÉCIA NA NOSSA FEIRA POPULAR

Pavilhão da Suécia na Feira Popular de Lisboa [...]
A Feira Popular abria caminho a mercados até então desconhecidos dos portugueses. Muitas das especialidades gastronómicas aqui vendidas ou servidas só regressariam 50 anos depois, com os minimercados instalados nas lojas de móveis Ikea.

MARINA TAVARES DIAS 
em 
LISBOA DESAPARECIDA


(ilustração do volume IX; 
capítulo A Feira Popular de Lisboa;
fotografia de Eduardo Portugal, 1946)