MARINA TAVARES DIAS
Excerto do capítulo "Vendedores e Pregões"
«Pela manhã dentro, os vendedores de fruta, hortaliça, leite e doces chegavam dos arredores saloios. Cabaz à cabeça ou burro pela arreata, eram esperados em todos os bairros. Muitos pregões necessitariam de tradução, se não fossem já bem conhecidos dos lisboetas: "Tamari-dôôôô!"; "A vinte-cincô-salami!"; "Éééé-chega-lá-vaquííínha-chega!".
[...]
Os forasteiros espantavam-se com o hermetismo de algumas destas mensagens publicitárias, e com o facto de em Lisboa tudo se mercar à porta de cada um, como se não houvesse locais para tal destinados.[.../...]»
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