domingo, 6 de outubro de 2024

COLUNAS AO CONTRÁRIO

NA RUA DA MOURARIA

O Colégio dos Meninos Órfãos foi construído em 1273, por iniciativa da Rainha D. Brites, mulher de D. Afonso III. Muito mais tarde, no século XVI, esteve sob protecção de D. Leonor, mulher de D. João III. Dessa data serão estas colunas posteriormente derrubadas pelo terramoto de 1755.
Quando o portal foi reconstruído, as colunas foram colocadas ao contrário: as bases em cima e os capitéis em baixo.
Assim podem ainda ver-se, no edifício que albergou a esquadra da Mouraria.




segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Carro eléctrico da Carris de Ferro


Carro #eléctrico aberto, no Largo de D. #Estefânia, na década de 1990.

O regresso fez-se como aquisição para o Museu da Carris.


A HISTÓRIA DO ELÉCTRICO DA #CARRIS (edição oficial do centenário)
#livro de


Marina Tavares Dias







quarta-feira, 6 de setembro de 2023

Biografia da Rainha D. Estefânia

LISBOA DESAPARECIDA
de
MARINA TAVARES DIAS





Biografia da Rainha D. Estefânia
volme VII,
2002


«[---]
A 8 de Julho de 1857, dia de Corpus Chisti, Estefânia de Hohenzollern-Sigmaringen terá decidido que casaria com o rei de Portugal. A ideia parece ter partido – e as «Memórias» do conde de Lavradio apontam nesse sentido – , mais uma vez, do príncipe Alberto de Inglaterra.


Após exame minucioso de todas as hipóteses alternativas na escolha de uma futura rainha para Portugal, Alberto informara Pedro de que Estefânia parecia ser a única princesa católica à altura de tal missão, proveniente como era de uma casa liberal, habituada como estava a um estilo de vida simples e conhecida que era a sua vocação para o estudo e para a caridade.


A fama das virtudes do jovem monarca português chegara, por sua vez, a Dusseldorf, sobretudo após a sua heróica permanência em Lisboa durante o surto de cólera que, em 1856, assolara a capital. O regime político português, minado pela incerteza e pela corrupção, tornava ainda mais louvável, aos olhos da Europa, o jovem monarca que, pela sua cultura e seriedade, era considerado um dos mais dotados soberanos do seu tempo.»

[continua no livro]

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

RECORDAR O CHiADO

 

No dia 25 de Agosto de 1988, o Chiado ardeu em parte, tendo perdido para sempre grande parte das suas loja históricas.


No Diário de Lisboa, Marina Tavares Dias iniciou uma série de reportagens em defesa da reconstrução, de acordo com a traça original dos edifícios e com a recuperação das lojas. Para tal, foi lançado um abaixo-assinado para entregar ao então Presidente da República, Mário Soares.


Apesar da reconstrução ter sido feita com respeito pelo traçado pombalino das casas, o plano de conjunto não podia incluir o destino final de cada edifício. As lojas (Eduardo Martins, Casa Batalha, Pastelaria Ferrari, Perfumaria da Moda, Casa José Alexandre, Grandes Armazéns do Chiado, Armazéns Grandella, etc.) não voltaram ao Chiado.




Interior dos Grandes Armazéns do Chiado
(Marina Tavares Dias, 1985)


segunda-feira, 21 de agosto de 2023

ROSSIO, Hotel Francfort e Restaurante Irmãos Unidos

 




Continua entaipado o quarteirão sudeste do Rossio, onde estiveram o Hotel Francfort e o Restaurante Irmãos Unidos, da família do poeta Alfredo Guisado, nascido no mesmo edifício. 

Antes de encerrar, foi classificada como loja histórica a casa de cafés Pérola do Rossio, que estava em pleno funcionamento, tal como a Camisaria Moderna, a Pastelaria Suíça e a Casa da Sorte (todas aqui sedeadas). 

A destruição de todas estas lojas levanta a questão de até onde podem ir os grandes empreendimentos no centro da cidade, quando, como é o caso, obrigam a desalojamento de vários estabelecimentos.

Talvez para apaziguar ânimos, os demolidores cobriram os tapumes com várias imagens da história das lojas desaparecidas. É provável que apenas sobreviva a escada pombalina do interior do prédio do hotel.

A Ribeira de Sacavém (Rio Trancão)

 

No início do século XX, pescava-se aqui em barquinhos como este, velejando por recreio. Sacavém e Camarate, adornadas de vastas quintas, faziam bom destino para férias fora de portas, mesmo após o início da urbanização do outro arrabalde que, até então, com este rivalizara: Benfica (Bemfica).


A partir da década de 1940, as descargas poluentes quase mataram o rio. Hoje já não se pesca nem navega, mas pode de novo respirar-se nas suas margens. Embora Sacavém permaneça designação clássica, o rio deve nome oficial a Afonso Trancão, proprietário de salinas e de quintas que atravessava no século XIII. Ou seja, praticamente cem anos após D. Afonso Henriques ter travado, nestas margens, o primeiro combate com vista à futura entrada vitoriosa em Lisboa.



Finalmente, neste ano de 2013, as câmaras municipais de Lisboa e de Loures contribuíram para o projecto de recuperação da Ribeira de Sacavém, que pode finamente ser visitada e apreciada como o era há mais de um século.


segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Lisboa sem Avenida Almirante Reis

 


Vista da colina de São Gens (Nossa Senhora do Monte) sobre o Desterro e o Intendente, antes da existência da Avenida Almirante Reis. Vista estereoscópica do século  XIX (c. 1870). Ao centro, o local para onde seria depois mudado o Chafariz do Intendente. Em cima, à esquerda, a



Praça de Touros do Campo de Santana, no local onde viria a ser construída a Escola Médica. À direita o Hospital do Desterro, fronteiro à fonte para onde viria a ser deslocado Chafariz do Intendente.

domingo, 12 de junho de 2022

A Expo de 1940

MARINA TAVARES DIAS

BELÉM 

E A 

EXPOSIÇÃO DO MUNDO PORTUGUÊS


Mapa desdobrável vendido na época e publicado no IV volume
de Lisboa Desaparecida 
de Marina Tavares Dias



*pequeno fragmento do texto
 [...] A Exposição do Mundo Português será a coroa de glória das opções assumidas por [António] Ferro e apenas esboçadas anos antes, quer na Exposição Industrial do Porto quer na Internacional de Paris, em 1937, onde o pavilhão concebido pelo jovem arquitecto Keil do Amaral rompia com tudo aquilo que, até então, Portugal apresentara ao estrangeiro. 

 No guia da Exposição do Mundo Português, o comissário Augusto de Castro escreve: "Sendo um olhar lançado sobre o passado, [a exposição] não terá um carácter exclusivamente erudito - e muito menos arqueológico. Deverá ser, ao contrário, uma lição de energia, uma perspectiva do génio português através de todos os estímulos de grandeza, um balanço de forças espirituais." [...]

 [...] Outros panfletos salientam tratar-se da primeira grande exposição histórica do Mundo. Esse mesmo mundo agora - historicamente - em guerra, ajudando a gerar, à volta desta paz sacralizante e sacralizada, o ambiente de um paraíso do absurdo.

sábado, 11 de junho de 2022

OS VENCIDOS DA VIDA

 Marina Tavares Dias 

em A LISBOA DE EÇA DE QUEIROZ:


Os Vencidos da Vida (com excepção de António Cândido) fotografados por Augusto Bobone em 1889, no jardim da casa do conde de Arnoso, na Rua de S. Domingos à Lapa: marquês de Soveral (Luiz Pinto de Soveral, 1850-1922), Carlos Lima Mayer (1846-1910), conde de Sabugosa (António José de Mello Cezar de Menezes, 1854-1923), Oliveira Martins (1846-1894), Carlos Lobo d’Ávila (1860-1895), Eça (1845-1900), Ramalho Ortigão (1836-1915), Guerra Junqueiro (1850-1923), conde de Arnoso (Bernardo Pinheiro Correia de Mello, 1855-1911) e conde de Ficalho (Francisco Manoel de Mello Breyner, 1837-1903)

«Paris fez a Revolução, Londres deu Shakespeare, Viena deu Mozart, Berlim deu Kant, Lisboa... deu-nos a nós – que diabo!»
- Eça de Queiroz em carta a Ramalho Ortigão, 20 de Julho de 1873.
Acompanhe-os. No livro ou aqui:





Várias peças originais, com a fotografia, em alta resolução,
dos Vencidos da Vida. À venda em: 
https://www.redbubble.com/people/MTD-Archives/shop


quinta-feira, 9 de junho de 2022

O AZULEJO DA RAINHA DOS MERCADOS

 

A Rainha dos Mercados



Azulejo alusivo ao concurso da Rainha dos Mercados, organizado pelo Diário de Lisboa em 1929. Foi uma das figuras avulso que em tempos adornaram a escadaria do jornal. O desenho é de Stuart Carvalhaes (Lisboa Desaparecida, de Marina Tavares Dias, volume II).


Esta é Ilda Fernandes, a vendedeira da Praça da Figueira que ganhou o prémio de «Rainha dos Mercados», oferecido pelo 'Diário de Lisboa' em 1929. A sua história e a história do concurso estão no segundo volume da Lisboa Desaparecida de Marina Tavares Dias.